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Produo industrial em setembro/16 avanou apenas 0,5% na comparao mensal aps tombo intenso no ms anterior 3o5n3w

por Parallaxis
01/11/2016 - 16:55

O indicador de produo industrial, elaborado pelo IBGE (PIM-PF), apresentou queda pelo 31 ms consecutivo na comparao interanual. Em setembro/16 o resultado foi de -4,9% em relao ao mesmo ms do ano anterior. J na comparao mensal, o indicador avanou 0,5%, ajustado sazonalmente, aps o tombo de 3,5% em agosto/16, retornando portanto ao territrio positivo na margem, porm distante de devolver o recuo anterior. Em 12 meses, a produo industrial acumula retrao de 8,8%. 6px58

O avano na comparao mensal no se revelou uma surpresa em relao ao esperado, visto que a projeo da Parallaxis apontava este modesto resultado (+0,5% m/m e -5,1% a/a). Como havamos destacado, a intensidade do resultado do ms ado foi pontual. De tal maneira, esperamos daqui pra frente uma oscilao dos resultados da produo industrial na margem, entre positivos e negativos, compatvel com nosso cenrio de permanncia em baixo patamar de atividade por um tempo prolongado.

Temos ressaltado que recuperao se dar de maneira mais lenta e gradual que o esperado. Ainda assim, os dados sugerem ligeira melhora, devido a interrupo da deteriorao.

De tal sorte, o cenrio prospectivo est em linha com nossa expectativa para a produo industrial em 2016, de recuo de 6,0%.

Dentre os 26 ramos da pesquisa, em relao a setembro/15, houve queda em 19 ramos. J em relao a agosto/16, 9 ramos pesquisados (de 24) apresentaram avano na agem para setembro, com ajuste sazonal, demonstrando um perfil relativamente concentrado, que determinou o desempenho na margem.

Na comparao com setembro/15, os ramos que apresentaram piores resultados, e mais impactaram, foram as produes de: coque, produtos derivados do petrleo e biocombustveis (-12,5%), indstrias extrativas (-9,2%), Minerais No-Metlicos (-15,4%), Mquinas e Equipamentos (-9,4%), Outros Equipamentos de Transporte (-24,2%) e Produtos de Fumo (-52,8%). No sentido oposto, avanaram os ramos de Produtos Alimentcios (4,0%) e Celulose Papel e Produtos de Papel (4,8%).

Na comparao mensal, os maiores avanos na margem, que impactaram o resultado global do indicador, foram os setores de: produtos alimentcios (6,4%), indstrias extrativas (2,6%) e veculos automotores, reboques e carrocerias (4,8% aps recuar -8,8% no ms anterior), Produtos derivados e petrleo e biocombustveis (1,2%) e Celulose, Papel e Produtos de Papel (2,8%). No sentido oposto, recuando na margem, os destaques de impacto negativo foram: Mquinas, Aparelhos e Materiais Eltricos (-8,1%), Perfumaria, Sabes e Produtos de Limpeza (-2,7%) e Minerais no-metlicos (-5,0%).

Na abertura por grandes categorias econmicas, o destaque foi a retrao intensa na margem dos Bens de Capital.

Na comparao trimestral, no 3 tri a produo industrial registrou retrao de 5,5% ante o mesmo tri do ano anterior, sendo este o dcimo resultado negativo nesta modalidade de comparao, porm o menos intenso desde o 4 tri de 2014. Na comparao com o tri imediatamente anterior, o recuo foi de -1,1%. Tais resultados esto em linha com o recuo de -0,7% na margem do PIB do 3 tri.

Ademais, reforamos que estruturalmente pouco se alterou na economia que impulsione a produo industrial. Conjunturalmente, a desvalorizao cambial impulsionou alguns setores da indstria conforme vimos nos resultados do 1 semestre. Contudo, a recente apreciao do Real acende uma luz amarela sobre esta possibilidade. Por fim, temos mencionado que para que a recuperao se consolide, trs pontos sero importantes: (i) o cmbio, (ii) a taxa de juros real e (iii) a desalavancagem do setor privado.

A taxa cambial, se seguir um ciclo de revalorizao, poder abortar o processo de retomada. A taxa de juros real precisa recuar de modo que possibilite a retomada dos investimentos de maneira mais ampla. E por fim, o processo de desalavancagem do setor privado ainda no se concluiu e o crdito caro e altamente restritivo tem contribudo para que esse processo se estenda por mais tempo.

Em tempo, destacamos que apesar do otimismo (nveis de confiana aumentando em diversos setores), o que determina a realizao do investimento, alm da taxa de juros, o retorno do capital frente a demanda agregada futura, imaginada no momento de realizao dos investimentos. E atualmente, a tendncia que a renda dos trabalhadores siga declinando e contraindo demanda, ao o que o crdito permanea restritivo.