O consumo alimentar residual como ferramenta para seleo de bovinos 641c1a
O melhoramento gentico uma ferramenta para o desenvolvimento do rebanho nacional. O mercado exige eficincia na produo e qualidade no produto final. 6s1s16
No possvel lucrar “esquecendo” o gado no pasto seco e esperar que ele engorde.
As DEP’s, (diferenas esperadas na prognie), so estudadas h muitos anos e existem diversos programas de melhoramento gentico em torno delas. Elas consistem em prever a capacidade de transmisso de genes de um animal para seus descendentes.
As mais utilizadas so DEP’s para caracterstica produtivas e reprodutivas so: ganho de peso em diferentes idades, idade ao primeiro parto, intervalo entre partos, permetro escrotal e caractersticas de carcaa, como espessura de gordura subcutnea, marmoreio e rea de olho de lombo.
Porm, um dos maiores problemas da seleo de bovinos o longo processo para obter resultados e, no caso do Brasil, estamos longe do que est sendo feito nos principais concorrentes como Estados Unidos e Austrlia, por exemplo.
Uma caracterstica importante que fez com que a suinocultura e a avicultura se desenvolvesse mais rapidamente e eficientemente que bovinos foi a seleo gentica, principalmente para a eficincia alimentar ou converso alimentar, caracterstica que por muitos anos foi esquecida na bovinocultura devido dificuldade de mensurao, especialmente dos animais criados em pasto e por estar correlacionada com a taxa de ganho de peso e peso idade adulta, alm de ter uma alta variabilidade entre os animais.
Ou seja, a seleo para esta caracterstica pode aumentar o peso adulto dos animais, aumentando a energia necessria para mantena, alm de poder comprometer a eficincia reprodutiva de vacas.
Era necessrio ento encontrar uma forma diferente de selecionar para eficincia alimentar sem prejudicar outras caractersticas produtivas ou reprodutivas do rebanho j que os custos com alimentao, desconsiderando a compra da reposio, o item mais caro da bovinocultura, principalmente em um confinamento.
Nos ltimos anos, diversos estudos foram direcionados para o consumo alimentar residual (CAR). Essa uma medida da diferena entre o quanto o animal precisa consumir para atingir certo peso e quanto ele realmente ingeriu.
Ou seja, se o animal possuir um CAR negativo, significa que ele comeu menos do que o previsto para atingir o peso desejado, sendo, portanto, mais eficiente do que o animal que possuir um CAR positivo.
Diversas pesquisas demonstram que essa caracterstica possui herdabilidade de moderada a alta (0,30 a 0,40) e, ao contrrio da converso alimentar, o CAR indica animais de menor exigncia de manuteno e menor consumo sem alterar o ganho de peso ou o peso adulto.
Um obstculo a ser ultraado a correlao negativa entre o consumo residual alimentar e as caractersticas de carcaa, ou seja, estamos ganhando em eficincia e perdendo em qualidade j que animais com CAR negativo apresentam carcaas magras.
O consumo residual alimentar uma caracterstica de seleo relativamente nova e est sendo estudada em todo o mundo.
Diversos trabalhos com correo da caracterstica para espessura de gordura esto sendo feitos e j esto sendo encontrados resultados positivos demonstrando uma diminuio na correlao fenotpica na deposio de gordura.
Outras ferramentas em conjunto com o CAR podem ajudar nessa busca, como a avaliao por ultrassonografia das carcaas, que auxilia na avaliao de acabamento de gordura desses animais e, a genmica, que melhora a acurcia dos dados e permite resultados com maior rapidez possibilitando o desenvolvimento gentico do rebanho brasileiro e aumentando a lucratividade e competitividade do setor.
Texto originalmente publicado pela Animal Business.
Referncias:
MORAES, G. F. Estudo gentico do consumo alimentar residual e caractersticas produtivas e reprodutivas em um rebanho nelore. 2016. 58f. Dissertao de Mestrado. Universidade Federal de Uberlndia, Uberlndia, 2016.
CHIZZOTI, M. L, et al. 2011. Consumo alimentar residual e seu impacto sobre a qualidade da carne bovina. I Simpsio matogrossense de bovinocultura de corte, 18 a 20 de agosto, Cuiab, MT, 21f.