Modernizao o desafio da agricultura w4427

Reunido com empresrios na Fiesp, ministro Wagner Rossi defende parceria do governo com iniciativa privada para defesa dos produtos agrcolas no mercado externo. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, defendeu nesta segunda-feira uma nova estratgia de defesa dos interesses da agricultura brasileira no mercado externo. Durante reunio com representantes do Conselho Superior do Agronegcio, rgo consultivo da Federao das Indstrias do Estado de So Paulo (Fiesp), Rossi defendeu a unio do governo federal e do setor privado para rebater a campanha caluniosa contra os produtos agropecurios brasileiros na Unio Europeia. Ele disse que uma das tarefas atribudas pela presidente Dilma Roussef ao Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento a modernizao istrativa e de procedimentos. "Precisamos dar este salto para garantir a competitividade da nossa produo agropecuria, que j das mais eficientes do mundo", disse. Wagner Rossi declarou que a superao dos gargalos istrativos e burocrticos um dos desafios, mas h outros que podem ameaar a potncia da agricultura brasileira. "A carne brasileira enfrenta resistncia de segmentos da opinio pblica europeia. Alguns consumidores so induzidos ao erro por uma campanha difamatria deflagrada por concorrentes do Brasil. Questes sanitrias, ambientais ou denncias de abuso de mo de obra so exploradas de maneira equivocada. Chegou a hora de agirmos", disse. Ele lembrou que, no final de dezembro uma organizao no-governamental inglesa divulgou um folder atacando a carne e o etanol brasileiros. Rossi apontou as iniciativas do governo federal e do setor privado em defesa do meio ambiente. Ele citou como exemplo o financiamento de boas prticas agronmicas, promovido pelos programas Agricultura de Baixo Carbono (ABC), Produsa (Programa de Estmulo Produo Agropecuria Sustentvel) e Propflora (Programa de Plantio Comercial e Recuperao de Florestas). Segundo Rossi, essa a resposta e o compromisso do governo brasileiro com a sustentabilidade ambiental na produo de alimentos. "O Brasil no apenas est fazendo o dever de casa, como mostrando ao mundo um caminho que alia responsabilidade social e defesa do meio ambiente", disse. Rossi rebateu ainda as acusaes de que a alta dos preos dos alimentos no mercado mundial seja de responsabilidade da agricultura brasileira. Segundo o ministro, so os pases desenvolvidos os grandes responsveis, em razo da concesso de subsdios aos seus produtores. "O Brasil no tem culpa nenhuma do aumento dos preos. No foi o Brasil que estimulou a especulao financeira nos mercados de commodities agrcolas. Somos eficientes, produzimos com baixo custo e colocamos produtos no mercado a um preo justo", disse. Competitividade Durante reunio com representantes do Conselho Superior do Agronegcio, presidido pelo ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, Wagner Rossi tratou da evoluo da agricultura brasileira nos ltimos 50 anos. Ele lembrou que o pas deixou de ser um importador de alimentos nos anos 60 para se tornar uma das mais competitivas naes agrcolas do planeta neste sculo 21. "Estamos entre os maiores produtores de protena animal e vegetal do mundo", destacou. Ele citou nmeros para destacar o aumento de 776% da oferta de gros. Rossi lembrou que, em 1960, o Brasil tinha populao estimada em 70 milhes de habitantes e produziu, naquele ano, 17,2 milhes de toneladas de gros, numa rea pouco superior a 22 milhes de hectares. "A produtividade era de 783 quilos por hectare", apontou. "Em 50 anos, a produtividade no campo saltou para 3.173 quilos por hectare". O ministro lembrou que, no ano ado, a populao brasileira chegou a 190,7 milhes de habitantes e a produo de gros foi de 150,8 milhes de toneladas, numa rea de 47,5 milhes de hectares. "Se o Brasil mantivesse a mesma tecnologia de 1960, teria de ocupar mais 145 milhes de hectares de terra". Quanto pecuria nacional, Rossi tambm fez uma comparao sobre a produo nos ltimos 50 anos. Ele destacou que, em 1960, a rea de pastagem era de 122,3 milhes de hectares, para um rebanho de 58 milhes de cabeas de gado. "A produtividade era de 0,47 cabeas por hectare", comentou. "Em 2010, a rea de pastagem de 170 milhes de hectares, para um rebanho de 204 milhes de cabeas de bovinos e bubalinos. A produtividade agora de 1,2 cabea por hectare". Segundo o ministro, nas ltimas cinco dcadas, a rea de pastagem cresceu 39%, enquanto o rebanho aumentou 251%. "Se o Brasil mantivesse a mesma tecnologia de 1960, teria de destinar mais 259 milhes de hectares de terra para pastagens", apontou. Fonte: MAPA. Por Olmpio Cruz Neto. 8 de fevereiro de 2011.