A venda de produtos lácteos esteve fraca ao longo de janeiro, conforme reportado por quase todas as empresas pesquisadas. Entretanto esse movimento era esperado, reflexo dos altos gastos de fim de ano, das férias escolares e das contas tradicionais de início de ano (IPVA, IPTU, material escolar, etc.).
O preço dos lácteos no atacado, porém, subiu 2,13%. A alta deve-se a alguns fatores, entre eles a tentativa da indústria de recuperar a margem de comercialização de seus produtos, após meses de queda para algumas categorias.
A mussarela, por exemplo, apresentou queda expressiva de outubro a dezembro de 2006, de 16,7%, devido à maior oferta do produto no mercado. Dessa forma, apesar do momento atual de safra, quando a disponibilidade de leite é favorável à retração nas cotações, alguns laticínios elevaram o preço da mussarela e prevêem novos aumentos.
Para a manteiga e requeijão, a alta expressiva em janeiro fez com que os preços voltassem aos patamares “normais”, após queda significativa em dezembro, quando a concorrência e o aumento da produção de leite derrubaram as cotações.
A expectativa de melhores vendas com o fim das férias escolares estimula a formação de estoques pela indústria. Houve casos em que a alta nos preços teve como objetivo incentivar a formação de estoque, em especial para o leite em pó, que chegou a subir 10,37% para as embalagens de 400g.
O investimento na qualidade dos produtos por algumas empresas foi outro fator que elevou a cotação dos produtos lácteos no atacado.
A única categoria que apresentou retração no preço foi a de leite fluido. No caso do longa vida houve recuo de 0,10%. Reflexo do aumento da produção devido ao bom volume de chuvas e, conseqüentemente, boa condição dos pastos. Entretanto a previsão é de estabilidade nos preços para o próximo mês.
No varejo, o preço dos produtos lácteos, em média, pouco variou, com alta de 0,55%.
A cotação do leite longa vida integral, porém, apresentou queda significativa de 8,19%. Essa retração era esperada, uma vez que em dezembro de 2006 o leite UHT no varejo subiu, apesar da queda observada no atacado.
Diante do bom volume de chuvas neste início de ano, sendo que em alguns lugares a pluviosidade foi até acima do desejado, algumas indústrias prevêem uma oferta de leite acima da demanda. O maior investimento nas vendas de derivados lácteos, como os queijos, por exemplo, é uma estratégia observada para se precaver de um possível cenário desfavorável para o leite fluido.
Entretanto, para a maioria dos profissionais consultados, a pecuária leiteira deve começar 2007 com recuperação nos preços.
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