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Scot Consultoria

Carta Conjuntura - A nota de R$200 e o seu poder de compra 355q3c

por: 3t20v

Quarta-feira, 16 de setembro de 2020 - 14h30

Foto: Scot Consultoria 56e36


Em 2 de setembro foi anunciado o lançamento da nota de R$200 pelo Banco Central (BC).

A justificativa para criação dessa nova nota, segundo o Banco Central, foi a diminuição da circulação de dinheiro em espécie.

Além disso, o pagamento do auxílio emergencial em espécie para milhões de brasileiros estimulou a manutenção de fundos de reserva em casa (o chamado entesouramento), e não em bancos, o que diminuiu ainda mais a circulação do papel-moeda.

O Conselho Monetário Nacional assentiu, pois o lançamento da nota já estava nos planos há algum tempo, e a pandemia foi o estopim para a decisão.

O lançamento da nota, estampada com a imagem do lobo-guará, pelo valor inerente de face, provocou especulações sobre a inflação que estaria por vir.

Mas, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil está num período de inflação estável historicamente (figura 1).

A inflação é a desvalorização do dinheiro, observada pelo aumento dos preços de produtos e serviços, calculada mês a mês através da variação de preço de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população. O monitoramento dessa variação é importante pois determina o poder de compra da população, já que se a renda variar menos que a inflação de um ano para outro, o poder de compra cai.

Figura 1. Série histórica do IPCA, em %, acumulado doze meses.

Figura 2. Quantidade de arrobas de boi gordo adquiridas com R$200,00 em São Paulo.

Simulação 326pp

Simulamos o poder de compra de R$200,00 em relação à cotação da arroba do boi gordo.

Considerando a praça de São Paulo, em 1994, com R$200,00 era possível comprar 9,1 arrobas de boi gordo, naquela época cotada em R$21,90.

Atualmente, com o mesmo dinheiro, R$200,00, compra-se 0,8 arroba de boi gordo, uma queda de 91,2% no “poder de compra”.

Na figura 2, apresentamos a evolução do poder de compra de R$200 em relação ao boi gordo desde 1994, início do Plano Real.

Conclusão 3v255u

Diante da perda do poder de compra, que implica no aumento da necessidade de moeda para comprar a mesma quantidade de arrobas que se comprava há décadas, é fundamental que as comparações sejam deflacionas para se ter uma visão real do quadro vigente e que diante das perdas provocadas pela inflação, o aumento da produtividade parece ser o caminho para compensar essa quebra na relação de troca.

Quando analisamos um produto, e não uma cesta, temos o efeito do mercado em questão e da inflação em paralelo, mas evolução semelhante à da figura seria observada para a maior parte dos produtos ilustrando que uma nota de R$200,00 não é nada excepcional.


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