• Sábado, 31 de maio de 2025
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Oto Xavier – Jox Consultoria 3l823

por: 3t20v

Quarta-feira, 1 de junho de 2011 - 09h20

Oto J. Xavier, diretor da empresa Jox Assessoria Agropecuária. Scot Consultoria: Para iniciarmos, por favor, nos faça uma descrição rápida do comportamento das exportações de carne de frango em 2010 e quais as perspectivas para 2011? Como você posiciona o Brasil no mercado internacional entre os principais exportadores de carne de frango? Quais as vantagens competitivas que o país possui diante dos demais participantes mundiais? Oto Xavier: As exportações brasileiras de carne de frango in natura no ano de 2010 atingiram um volume de 3,461 milhões de toneladas, ante 3,267 milhões de toneladas registradas no ano de 2009, o que representou um crescimento da ordem de 5,9%. No tocante à valores, as exportações de 2010 geraram uma receita Fob de US$5,789 bilhões contra US$4,820 bilhões auferidos em 2009, um incremento de 20,1%. Este crescimento substancial na receita deve-se à recuperação dos valores que haviam sido perdidos durante a crise global, mas também em parte pela valorização generalizada havida nos preços das commodities em geral. A despeito da valorização substancial do Real ante o Dólar americano, o que tirou parte da competitividade do frango brasileiro, o país continua com um bom desempenho como exportador. Saliente-se, que, se no acumulado de 2011, até abril inclusive, as exportações atingiram um volume de 1,138 milhão de toneladas, ante 1,049 milhão de toneladas registradas de janeiro a abril de 2010 (o que representa um crescimento de 8,5%), a receita obtida no mesmo período de 2011,foi de US$2,182 bilhões contra US$1,684 bilhão (um incremento de 29,6%). Nossas principais vantagens competitivas diante de nossos concorrentes são os custos mais baixos de produção, em razão de sermos grandes produtores de milho e soja, importantes insumos para fabricação de rações e a eficiência produtiva de nossa indústria avícola. O Brasil tem tudo para continuar sendo, senão o maior, um dos maiores exportadores de frango. Scot Consultoria: Em 2010, no final do ano, o frango vivo atingiu cotação recorde, impulsionado em grande parte pela carne bovina que também teve alta significativa. Em 2011 os primeiros meses foram de preços crescentes para o frango que depois se desvalorizou. Você acredita que essa queda é apenas reflexo de um aumento na produção, já que o mercado se mostrava favorável, ou a carne bovina em queda desde janeiro está recuperando parte da competitividade perdida para a proteína do frango? Ou será um somatório dos dois fatores? Oto Xavier: A queda havida nos preços do frango, a partir de abril, é reflexo não só do excesso de produção em si, mas também da maior disponibilidade interna de carne de frango, o que deteriorou os preços. Aparentemente, as exportações não estão alcançando os volumes planejados pela indústria, o que torna o mercado interno mais ofertado. Evidentemente, as quedas de preços são fator importante para incentivo do consumo de carne bovina, em detrimento do frango. Scot Consultoria: Segundo dados da Conab, o consumo per capita de carne de frango saiu de 38,6kg em 2009 para 43,9kg em 2010, se firmando cada vez mais como a proteína mais consumida no país. Acredita que esse panorama de crescimento deve continuar em 2011? Os custos de produção em alta, principalmente milho e farelo de soja, podem encarecer a carne de frango e reduzir sua competitividade? Oto Xavier: Na prática, o consumo per capita de carne de frango deve continuar crescendo, tanto em decorrência da maior disponibilidade interna prevista quanto pela melhora do poder aquisitivo da população. O grande fator limitante é realmente o alto custo previsto para a produção, resultante dos altos preços dos insumos de ração, principalmente milho e farelo de soja. Uma vez que o volume total oferecido ao mercado interno tenha se ajustado, os preços ao consumidor tenderão a subir rapidamente. O fato é que, no momento, a atividade está operando com grandes prejuízos. Em razão dos valores relativos, a tendência é de que as outras carnes também fiquem mais caras. Scot Consultoria: Com relação aos suínos, o Brasil é considerado o quarto maior exportador desse tipo de carne, atrás de Canadá (3º), União Europeia (2º) e Estados Unidos (1º), que possuem um custo de produção bastante elevado. Sendo assim, quais as vantagens competitivas que esses países possuem em relação ao Brasil? Quais os entraves a um maior crescimento desse setor no mercado internacional? Oto Xavier: Embora os custos de produção da carne suína brasileira sejam mais baixos que os dos principais países exportadores, nosso o aos maiores mercado consumidores do produto tem sido obstado por barreiras comerciais e sanitárias (muito embora o Brasil não apresente problemas sanitários graves). Na verdade, os impedimentos para que o Brasil alavanque suas exportações de carne suína são meramente comerciais. Scot Consultoria: A concentração no setor frigorífico também chegou ao segmento de aves e suínos. Esse fator somado a pressão econômica, com aumento nos custos de produção, está dificultando cada vez a produção independente? As integrações e cooperativas são as formas de produção mais viáveis para o produtor atualmente? Oto Xavier: A produção independente está realmente comprometida, até mesmo por uma questão de escala. Com certeza, as integrações verticais e cooperativas são a melhor forma de produção para a avicultura de corte e suinocultura, pois conseguem baixar sensivelmente os custos de produção, aumentando a competividade e a rentabilidade na operação.
<< Notícia Anterior Próxima Notícia >>
Buscar

Newsletter diária 2o5n32

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja 5m364b