Apesar de terem cedido um pouco na sexta-feira, a maioria dos contratos futuros registrou valorização no decorrer da semana ada. O papel para abril subiu R$ 1,24, para R$ 148,44, enquanto o março avançou R$ 0,36 e fechou a R$ 147,25. "O março, que liquida em 7 dias úteis, está R$ 1 acima do indicador do Cepea/Esalq", observa Renata Fernandes, analista de agronegócios da Guide Investimentos. "Então o mercado acredita em novas altas no curtíssimo prazo. Cada vez mais os preços abaixo de R$ 145 ficam para trás."
Os números incentivam criadores a aproveitar as melhores condições de pasto para continuar a engorda e reforçar ganhos futuros na arroba, o que permite compensar os custos elevados na reposição. Segundo a Guide Investimentos, a relação de troca entre o bezerro e o boi gordo chegou a 1,72 em março, ante média histórica de 1,92 bezerro por animal terminado. Além disso, a expectativa de aumento nas exportações e, portanto, na demanda por gado, também implica valorização nos contratos.
No físico, a semana ada terminou com novas oscilações positivas. A Scot Consultoria observou alta de R$ 1 na cotação em São Paulo, que foi a R$ 146 à vista e R$ 147 a prazo. Houve valorização também em Cuiabá (para R$ 138/arroba), Campo Grande (R$ 140/arroba), Goiânia (R$ 138/arroba) e oeste do Maranhão (R$ 128/arroba), além de Três Lagoas (MS), onde a cotação atingiu R$ 140. Nessa praça, o Cepea também verificou alta, de R$ 0,77, para R$ 136,84 no preço da arroba à vista sem o Funrural. Já a Informa Economics FNP registrou alta apenas no Triângulo Mineiro, onde a arroba subiu R$ 1, para R$ 137.
Em parte, as variações refletem a busca da indústria paulista por animais em outras praças, ao mesmo tempo em que cede por lotes mais caros no Estado para preencher escalas. O BESI Brasil registrou nova mínima nas programações de abate no País, que atingiram média de 2,44 dias úteis. O Cepea registrou também alta na cotação à vista em Tocantins, sem o imposto, que chegou a R$ 123,62 por arroba. A valorização se relaciona à menor disponibilidade de bois, o que também começa a ser sentido no Pará.
No atacado, os preços refletem a preferência dos consumidores por cortes mais baratos. "Há uma redução no consumo do traseiro e aumento das compras do dianteiro. É um movimento típico do final do mês", afirma Alex Santos, analista da Scot. Em virtude das condições econômicas domésticas e do recuo nas exportações, o consultor espera que essa parte do boi seja mais consumida ao longo do ano. Na sexta-feira, a Scot registrou queda de R$ 0,70 no quilo do traseiro, para R$ 10,10, ao o que o dianteiro subiu R$ 0,60, e chegou a R$ 7.
Fonte: Agência Estado, por Renato Oselame - [email protected]. Publicado em 23/03/2015.
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