O mau exemplo dos líderes arrebenta qualquer movimento. No Brasil, os exageros políticos nos tornaram tão familiarizados com a falta de bom senso que às vezes am despercebidos.
Apenas para ilustrar flagrantes dessa falta de ética: representantes do partido do Governo classificam, na mídia, como digna as atitudes da ex-ministra Matilde Ribeiro, campeã no escândalo dos cartões corporativos; o também ex-ministro José Dirceu publica artigo em um dos jornais de maior circulação do país – Folha de São Paulo (13/02/2008) – orgulhando-se de sua vergonhosa cassação, episódio que ele agora tenta transformar em heroísmo político, batalha contra os grandes, etc. Hipocrisia das grossas.
Bom, isso é coisa de terceiro mundo, do continente das repúblicas das bananas, correto? Nada disso!
Segundo o jornal “The Irish Times” - citado em artigo do jornal “Valor Econômico”, assinado por Mauro Zanatta - o pecuarista irlandês líder dos movimentos contra a carne brasileira também fez sua lambança.
Entre os meses de setembro de 2006 a janeiro de 2007, o “corretíssimo” líder europeu, que também se preocupa muito com a segurança alimentar do continente, forjou as s de cartões de identificação veterinárias para animais que ele comercializou neste período.
“Bandidagem” das grossas, má fé, ocultação de problemas, fuga da fiscalização, ou dê o nome que quiser, mas o fato é que a atitude de James Maloney – líder dos produtores irlandeses - é bem diferente da dificuldade dos brasileiros em controlar rebanhos consideravelmente maiores.
O caso da desonestidade do produtor em questão é bem diferente da queda de brincos que acabam desclassificando lotes inteiros, ou mesmo fazendas, no Brasil.
E isso tudo veio à tona depois de um ano do fato ter ocorrido. Só agora o senhor Maloney foi multado. A carne já foi consumida há tempos.
Se na Irlanda, onde a pecuária é praticamente uma jardinagem, acontece este tipo de fraude, que moral tem os irlandeses em depor contra os pecuaristas brasileiros?
Tomara que, diferente do Brasil, a sociedade européia seja de fato mais informada e menos tolerante com a falta de ética e com a hipocrisia. Se assim for, com certeza o consumidor acordará para a realidade dos fatos.
Apesar do discurso, guerra comercial é bem diferente de segurança alimentar. E numa guerra, quem perde sempre é a sociedade. O europeu sabe disso muito bem. (MPN)
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