De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras de milho totalizaram 338,7 mil toneladas em março. Esse volume é 39% menor que o embarcado em fevereiro e 25% menor na comparação com março do ano ado.
Neste ano o país exportou 1,76 milhão de toneladas de milho, 30% menos que no mesmo período de 2009.
Com isso, para as exportações brasileiras alcançarem pelo menos 8 milhões de toneladas (previsão para este ano), será necessário um embarque mensal de 692,5 mil toneladas.
Em 2009 a média exportada foi de aproximadamente 642 mil toneladas/mês. A questão é que para esse ano a expectativa é de maior concorrência no mercado internacional, principalmente com a volta da Argentina, depois de uma quebra de produção na temporada ada.
A safra de milho no país vizinho está estimada em 21 milhões de toneladas, 6 milhões de toneladas a mais que em 2008/09.
Além disso, o milho brasileiro está mais caro em relação aos demais exportadores. O real valorizado frente ao dólar colabora para isto.
Diante disto, o mercado do grão deve seguir pressionado para baixo, o que é uma boa notícia para o consumidor e péssima notícia para o produtor de milho.
Além das exportações patinando e dos elevados estoques, a expectativa é de uma boa safrinha nesta temporada. O Mato Grosso e o Paraná devem colher, respectivamente, 1 milhão e 1,5 milhão de toneladas acima do colhido em 2009.
EXPORTAÇÕES DE SOJA
Do lado da soja a situação é diferente. Segundo o MDIC, as exportações brasileiras somaram 3,08 milhões de toneladas em março, 365% acima do embarcado em fevereiro e 18% acima do verificado no mesmo período de 2009.
O volume exportado em março é o maior registrado para o mês em toda a história.
Com a antecipação da colheita as negociações também começaram mais cedo. Outro fato é que o produtor precisa fazer caixa para arcar com as despesas e contas da atividade.
No primeiro trimestre de 2010 o Brasil exportou 3,84 milhões de toneladas de soja, 2,6% a menos que no mesmo período do ano ado. Esse resultado foi influenciado pelo mau desempenho das exportações em janeiro/10 (abaixo de 100 mil toneladas).
As exportações em alta podem sustentar os preços no curto e médio prazos. Em longo prazo, a elevada oferta deve pressionar negativamente as cotações.