O mês de dezembro tem sido uma grata surpresa tanto para a indústria quanto para os pecuaristas, com preços em forte alta tanto para o boi gordo, como para a carne. Na verdade, a surpresa tem sido bem mais favorável para a indústria, já que a carne subiu 8,5% em dezembro contra uma alta de 4,5% no boi, levando assim a margem da indústria para as máximas do ano. A carne inclusive quebrou seu recorde histórico nos preços nominais, estando atualmente na máxima histórica a R$7,72/kg. 17201c
Olhando para esses preços de carne, é óbvio que o apetite de compra da indústria é enorme, inclusive com muito espaço para subir ainda mais os preços da arroba caso seja necessário. A questão, no entanto, é por quanto tempo a demanda conseguirá absorver esse nível de preço. É nítido que a demanda está muito concentrada em cortes de traseiro grill, para as festas de fim de ano e que muito provavelmente essa demanda diminuirá sensivelmente para janeiro com consequências importantes para o preço da carne.
Analisando o comportamento da carne em um período mais prolongado, é possível perceber um padrão sazonal de picos de preços nos finais de ano, sempre acompanhado de quedas abruptas e da mesma magnitude ou maiores do que foi a alta. Acompanhe na figura 1.
Não há nada que indique que dessa vez esse padrão será quebrado, portanto, é razoável esperar uma forte queda de preços na carne uma vez que essa demanda de fim de ano fique pra trás. E a questão que se impõe é se a indústria continuara com o apetite de compra que sustentou os preços do boi gordo em dezembro nesses patamares.
É provável que a pressão de baixa na carne seja maior do que a do boi gordo, já que ela subiu mais em dezembro, porém para quem terá bois para abate em janeiro, os preços atuais do mercado futuro parecem muito atrativos para fixação.
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