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No primeiro quadrimestre de 2025, o Brasil exportou 828 mil toneladas de carne bovina in natura, estabelecendo um novo marco. O volume é 12,8% maior que o registrado no mesmo período de 2024, até então o maior da série histórica (figura 1).
O destaque ficou para abril, com um volume recorde para o mês, totalizando 242 mil toneladas de carne bovina in natura embarcadas, o que resultou em um faturamento de US$1,22 bilhão. O preço médio por tonelada foi de US$5,03 mil - o maior desde junho de 2023. Esse desempenho representou o terceiro maior volume mensal e o quarto maior faturamento da série histórica.
Figura 1.
Volume de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada exportado pelo Brasil nos primeiros quadrimestres desde 2014 (em mil toneladas).
Fonte: Comex/Elaborado pela Scot Consultoria
O bom desempenho da exportação é reflexo do aumento do volume importado pelos Estados Unidos.
No ano ado, os Estados Unidos importaram, em média, 15,4 mil toneladas por mês, com o maior volume registrado em novembro, quando foram embarcadas 27,4 mil toneladas. Em 2025, até o momento, a média mensal subiu para 30,1 mil toneladas, com destaque para abril, que registrou mais de 44 mil toneladas embarcadas.
Figura 2.
Volume de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada importado pelos Estados Unidos do Brasil nos últimos meses (em mil toneladas).
Fonte: Comex/Elaborado pela Scot Consultoria
Esse aumento da demanda norte-americana está relacionado à redução do rebanho no país.
Os Estados Unidos são o segundo maior importador de carne bovina brasileira, assim como ocorreu em 2024, ficando atrás da China. No entanto, houve mudanças no pódio, e o terceiro lugar, que no ano ado pertencia aos Emirados Árabes Unidos, agora é ocupado pelo Chile, seguido por Argélia, Rússia e Arábia Saudita.
Figura 3.
Principais destinos das exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (%).
*Outros: Albânia, Alemanha, Angola, Antígua e Barbuda, Arábia Saudita, Argélia, Argentina, Aruba, Azerbaijão, Bahamas, Bangladesh, Barbados, Barein, Bélgica, Belize, Bermudas, Bonaire, Saint Eustatius e Saba, Brasil, Bulgária, Cabo Verde, Camboja, Canadá, Catar, Cayman, Ilhas, Chile, China, Chipre, Colômbia, Comores, Congo, Congo, República Democrática, Cook, Ilhas, Coreia do Sul, Costa do Marfim, Croácia, Cuba, Curaçao, Cazaquistão, Dinamarca, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Gabão, Geórgia, Gana, Gibraltar, Grécia, Granada, Guiana, Guiné, Guiné Equatorial, Guiné-Bissau, Honduras, Hong Kong, Ilhas Marshall, Ilha de Man, Indonésia, Iraque, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Jordânia, Líbano, Libéria, Líbia, Liechtenstein, Luxemburgo, Macau, Macedônia, Malásia, Maldivas, Malta, Martinica, Marrocos, Maurício, Mauritânia, Mayotte, México, Montenegro, Noruega, Omã, Palestina, Palau, Panamá, Paraguai, Países Baixos (Holanda), Peru, Porto Rico, Portugal, Reino Unido, República Centro-Africana, República Dominicana, Rússia, Seicheles, Senegal, Sérvia, Singapura, Sint Maarten, Sri Lanka, Suécia, Suíça, São Tomé e Príncipe, São Vicente e Granadinas, Tailândia, Taiwan (Formosa), Tanzânia, Timor Leste, Tunísia, Turcomenistão, Turquia, Ucrânia, Uruguai, Uzbequistão, Vietnã.
Fonte: Comex/Elaborado pela Scot Consultoria
Os principais estados exportadores para esses países são, Mato Grosso em primeiro lugar, seguido por São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rondônia.
Figura 4.
Participação do faturamento total das exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada por estado (%)
Fonte: Comex/Elaborado pela Scot Consultoria
Historicamente, o volume exportado costuma ser maior no segundo semestre, por causa da demanda mais aquecida. Diante disso, a expectativa é de que o Brasil exporte um volume maior que o registrado até agora.
Figura 5.
Evolução semestral do volume exportado de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada e sua variação entre o segundo e primeiro semestre de cada ano (em mil toneladas).
Fonte: Comex/Elaborado pela Scot Consultoria
Para 2025, o cenário aponta para um novo recorde nas exportações, influenciado por um primeiro quadrimestre aquecido e pela tendência de continuidade desse ritmo.
Até a segunda semana de maio, foram embarcadas 67,2 mil toneladas de carne bovina in natura, com uma média diária de 11,2 mil toneladas, volume 10,9% maior que o registrado no mesmo período do ano ado.
Esse desempenho reforça a expectativa de um recorde.
Zootecnista pela FCAV/Unesp, Jaboticabal/SP. Atua na área de ciências agrárias, análises e consultoria de mercados agropecuários. Analista de mercado, com elaboração e realização de análises setoriais e pesquisas nas áreas de grãos, carne, leite, imóveis rurais e despojo bovino. Técnico da pesquisa-expedicionária "Confina Brasil".
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