Scot Consultoria cita dados do Confina Brasil em palestra na Agrishow 2025 93u6m

O engenheiro agrônomo e analista de mercado da Scot Consultoria, Pedro Gonçalves, palestrou a convite da Casale na Agrishow 2025, no último dia 30 de abril, e apresentou dados coletados pelo Confina Brasil. Em sua palestra intitulada “E quem é que vai produzir carne? A maturidade da produção pecuária brasileira”, ele mostrou qual rumo a produção nacional de carne deve tomar a partir de 2025.

Com base em informações coletadas em campo e cruzadas com fontes como IBGE, MAPA, SIF e Confederação Nacional do Comércio, Pedro abordou a evolução da pecuária intensiva no país, com destaque para indicadores como o aumento do peso médio de abate, de 14,93@ em 1997 para 17,47@ em 2024; o crescimento do número de bovinos confinados, ando de 2,9 milhões de cabeças em 1997 para uma estimativa de 7,37 milhões em 2025 e a participação crescente das fêmeas no abate, além da análise detalhada de preços da carne comercializada no mercado interno e exportada, tal qual uma discussão ao redor dos preços do boi gordo, bezerro e boi magro no mercado físico e futuro.

Pedro ressaltou que os dados do Confina Brasil ajudam a compreender o avanço da intensificação da atividade pecuária no Brasil. “A gente observou a evolução do confinamento no país, tanto no aproveitamento de resíduos da agroindústria quanto como estratégia para enfrentar períodos de seca e garantir a produção de carne durante o ano todo. É fundamental termos o gratuito a esses dados, pois eles contribuem para o planejamento da atividade, especialmente no que diz respeito à oferta de carne entre o primeiro e o segundo semestre. Isso também impacta diretamente nossa balança comercial e a capacidade de atender mercados exigentes, que cobram acabamento e qualidade de carne. O Brasil tem essa qualidade, tem capacidade produtiva, e está cada vez mais preparado para conquistar espaço de outros países reconhecidos internacionalmente por sua carne. Estamos no caminho certo”, afirmou.

Segundo, Pedro Gonçalves, com o levantamento dos dados, é possível compreender para onde o setor está caminhando. Pedro ainda cita em sua palestra que essa evolução segue em conformidade com o desenvolvimento das usinas de etanol, com destaque para as de etanol de milho, que prometem dobrar a utilização do grão na produção do biocombustível, assim como afirmou Daniel Sarmento, da Zoofarm Consultoria, em entrevista à Scot Consultoria durante o Encontro de Confinamento e Recriadores, realizado entre os dias 8 e 11 de abril. “Há uma projeção de que em torno de 25 a 30 usinas de etanol de milho estarão em operação na próxima década no Brasil”, disse Sarmento.

Quando questionado a respeito do desenvolvimento da pecuária do Brasil, Gonçalves disse: “É possível, sim, identificar para onde estamos levando essa atividade intensificada. As usinas de etanol, que são hoje um dos importantes fornecedores de insumos para a nutrição de bovinos, estão se expandindo em direção ao Norte do país, e junto com elas cresce a atividade de confinamento ao redor dessas plantas. Isso porque, quando o produtor está mais próximo da fonte de coproduto - que fornece proteína e energia para a dieta —, ele consegue reduzir custos e melhorar a eficiência do sistema”, explicou. Gonçalves também reforçou que essa expansão cria oportunidades para regiões que antes não tinham tradição na pecuária intensiva. “Estamos vendo confinamentos se instalando em áreas que antes tinham pouca presença desse modelo de produção”, observou. Segundo Pedro, a expectativa é que 2025 seja um ano decisivo para a intensificação, com projeções de recorde na produção de gado confinado.

Parceria com a Casale 6i6a6t

Foto: Bela Magrela

Durante a apresentação, Pedro também valorizou a parceria com a Casale, patrocinadora do Confina Brasil desde o início do projeto, em 2020. “A Casale está conosco desde o começo, garantindo a qualidade da operação em campo e apoiando a construção de um retrato fiel da pecuária intensiva brasileira”, afirmou.

Leonan Gomes, supervisor regional da Casale - com atuação nos estados de Goiás, Mato Grosso, Rondônia, Pará e Maranhão - comentou a importância da pesquisa-expedicionária para o setor, destacando o valor da parceria entre a empresa e a Scot Consultoria. Segundo ele, a rota percorrida pelo Confina Brasil vai muito além do interesse comercial, contribuindo diretamente para a construção de um panorama mais preciso da pecuária intensiva no Brasil. “É muito importante essa rota que a gente faz junto com o Confina Brasil. Hoje ainda somos muito carentes de dados consistentes para a tomada de decisões estratégicas. O benchmarking que conseguimos fazer a partir dessas informações nos permite entender como está a realidade dos confinamentos na prática”, afirmou.

Ele explicou que os dados oficiais disponíveis ainda são muito generalistas. Já os levantamentos do Confina Brasil, por serem construídos a partir de visitas presenciais às propriedades, oferecem uma leitura mais fidedigna da realidade do campo. “Quando a gente pega os dados do Confina, a gente vê a realidade mesmo, in loco. É um número bem expressivo de propriedades visitadas e um percentual significativo do rebanho nacional. Isso traz segurança e confiança para ajustar as estratégias de propriedades e empresas do setor e reforça nosso compromisso com o desenvolvimento da atividade como um todo”, completou.

Com a rota de 2025 já definida e cerca de 150 propriedades no radar, a expectativa para a nova edição é alta. “Estamos sempre mapeando novas áreas. A cada ano, os dados ficam mais robustos e relevantes para o setor”, concluiu Leonan.

A equipe do Confina Brasil também esteve presente durante todos os dias da Agrishow, reforçando parcerias e ajustando os últimos detalhes para a próxima expedição, que começa no dia 2 de junho de 2025.

Para maiores informações e: www.confinabrasil.com